6º ano

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Em matemática, um número racional é todo número que pode ser representado por uma fração de dois números inteiros, um numerador e um denominador não nulo. Vamos ouvir a explicação?

MATEMÁTICA - vamos exercitar? Podes utilizar seu caderno.

LÍNGUA PORTUGUESA

ASSISTA AO VÍDEO FELICIDADE CLANDESTINA DE CLARICE LISPECTOR

Após, faça a leitura do conto:


FELICIDADE CLANDESTINA

Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme; enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.

Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com sua letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”.

Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingan­ça, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de ca­belos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me subme­tia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.

Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía as Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.

Era um livro grosso, meu Deus, era um livro pra se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.

Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.

No dia seguinte fui à sua casa, literalmente cor­rendo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era meu modo estranho de andar pelas ruas do Recife. Dessa vez nem cai: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nem uma vez.

Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranqüilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela ia se repetir com meu coração batendo.

E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefini­do, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivi­nhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mes­mo, às vezes eu aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.

Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.

Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas, houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A se­nhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!

E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: “E você fica com o livro por quanto tempo quiser.” Entendem? Valia mais do que me dar o livro: “pelo tempo que eu quisesse” é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.

Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sem­pre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.

Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só pra depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.

As vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.

Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com seu amante.


Clarice Lispector


Faça uma pesquisa sobre a vida e obra de Clarice Lispector.


Agora, responda ao formulário abaixo:

Tire todas as suas dúvidas sobre Acentuação e não erre mais.

MATEMÁTICA

* Exercitar a tabuada, sugestão com jogos no site: https://escolaeducacao.com.br/jogos-criativos-para-aprender-a-tabuada/

* Fazer no caderno de matemática o jogo da velha (Velha da multiplicação) proposto também nesse mesmo site: https://escolaeducacao.com.br/jogos-criativos-para-aprender-a-tabuada/

Regras:

Monta-se um tabuleiro contendo vários números como resultado de multiplicações. Abaixo dele, encontra-se os números que os alunos vão escolher para multiplicar.

O primeiro jogador escolhe dois dos números abaixo do tabuleiro e coloca um clipe sobre cada um deles. Depois, os multiplica, marcando o resultado no tabuleiro. Ganha quem cobrir quatro números em sequência (horizontal ou vertical).

OBSERVAÇÃO: (registrar no caderno o tabuleiro e anotar as jogadas).


EDUCAÇÃO FÍSICA

Brincadeiras com as mãos

- Quantos palitos: pegar dois palitos e dividir cada um deles em três partes (se for com mais de dois jogadores usar um palito dividido em três, para cada participante). Esconder as mãos e em uma delas colocar uma quantidade de palitos. Recolocar a mão fechada sobre a mesa e dar um palpite da soma dos palitos dos jogadores (cada jogador da um palpite), marca ponto quem acertar a soma.

- Gol de dedos: usar uma tampinha para ser a bola e as mãos entrelaçadas e viradas para baixo serão o gol, o dedo indicador é o goleiro e para quem for dar um peteleco (chutar) é também o dedo indicador que o fará.

- Bate na mão: um dos jogadores fica com as palmas das mãos viradas para cima (jogador a) enquanto outro (jogador b) sobrepõe as mãos viradas para baixo. O jogador a tem que tentar bater na parte de cima da mão de seu adversário. Depois de um tempo trocar as posições.

- ABC: em duplas. Falar o alfabeto e ir batendo com as mãos, sendo que para as vogais deve-se bater mão com mão, nas consoantes uma vez com a esquerda e a outra com a direita. Bater uma palma cada intervalo.

- Babalu: fazer movimentos com as mãos e o corpo conforme a música.

- Jokenpô: falar ‘jokenpô’ e mostrar a mão em pedra, papel ou tesoura. Quem perder tem que passar por debaixo das pernas do vencedor da rodada. Para fazer uma variação pode=se combinar melhor de três rodadas e quem perde paga um exercício.

- Guerrinha dos polegares: entrelaçar as mãos deixando os polegares para fora. Marca um ponto quem prender o polegar do outro com o seu.

- Jogo das marias: pegar cinco pedrinhas que serão as marias. Começar jogando uma para cima (que fica no dorso da mão) enquanto está no ar tentar pegar uma pedrinha mais aquela lançada para cima. Depois lançar uma e tentar pegar mais duas, assim ate conseguir lançar uma e conseguir segurar as cinco na mão.


VARIANTES LINGUÍSTICAS

Vamos aprender com o Chico Bento sobre a variedade cultural existente na nossa língua? Dessa forma não cometemos o risco de ter preconceito linguístico.


Para mais informações, consulte: https://brasilescola.uol.com.br/portugues/preconceito-linguistico.htm

Agora que você aprendeu com o Chico, leia o arquivo abaixo e, no seu caderno, responda as questões:

Variantes Linguísticas.docx

CIÊNCIAS

Estrutura da Terra Para facilitar seu estudo, organiza-se, a estrutura interna da Terra em três principais camadas: a crosta, o manto e o núcleo (dividido em núcleo interno e núcleo externo). Acima estão as camadas gasosa (atmosfera) e líquida (hidrosfera), onde foram criadas as circunstâncias para o desenvolvimento da vida (biosfera).

A crosta terrestre corresponde a camada da superfície terrestre, é composta por rochas sólidas. É a menor e mais “fina” entre elas. Sua profundidade está entre 5 km (em algumas áreas oceânicas) e 70 km (em zonas continentais). O manto terrestre está localizado abaixo da crosta. É a mais extensa das camadas da Terra e sua profundidade máxima alcança os 2.900 km, ocupando cerca de 80% do volume total do planeta. Em função do calor advindo do interior da Terra, sua temperatura média é de 2.000ºC e aumenta com a profundidade. O núcleo terrestre, localizado abaixo do manto, é o mais quente das camadas da Terra e também é dividido em exterior e interior. O núcleo externo encontra-se no estado líquido, enquanto o núcleo interno encontra-se no estado sólido, por causa da extrema pressão aplicada sobre ele. As temperaturas podem chegar a 6.000ºC.

LITOSFERA A palavra “litosfera” tem origem grega: lithos, significa “pedra”, “rocha” e como a própria etimologia sugere, podemos defini-la como a camada constituída pelas rochas da esfera terrestre. A litosfera é constituída pelo solo, minerais e rochas. As rochas podem ser metamórficas, sedimentares ou magmáticas (também chamadas de ígneas) As rochas são compostas por minerais, encontrados na natura. Um dos exemplos de minerais é o quartzo (utilizado na fabricação do vidro). As rochas ígneas ou magmáticas são formadas através da solidificação do magma que pode ocorrer dentro da crosta terrestre ou quando é expelido por vulcões (lava). Ex.: basalto.

As rochas metamórficas se formam de uma rocha pré-existente que sofreu elevação de temperatura e/ou pressão, misturando-se, ou não, a outra rocha. Pode sofrer alterações na sua forma, na organização dos seus minerais e até em sua composição química. Ex.: mármore.

Já as rochas sedimentares são formadas por várias camadas em função da acumulação dos sedimentos trazidos pela chuva ou vento. Ou seja, se originam do intemperismo (processo de desgaste ou desintegração). Ex.: calcário.


Fontes: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/as-camadas-terra.htm https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/geografia/o-que-e-litosfera.htm https://blogdoenem.com.br/tipos-de-rochas-geografia-enem/ GEWANDSZNAJDER, F. Teláris ciências, 6° ano: ensino fundamental, anos finais. 3ª Ed, São Paulo, p.12-22.

Após ler as informações, responda ao Quiz online disponível